Mercado angolano líder no turismo de compras em Portugal *


A notícia do Publituris Online (Aqui) dá actualidade a uma série recente de três posts (Primeiro, Segundo, Terceiro) sobre a Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor.

 

Voltamos a este tema relevante com dois Factos e uma Opinião.

 

*Facto 1 – O Mercado Emissor de Angola é o mais dinâmico de entre os três Rizing Stars
O Gráfico 1 ilustra o crescimento dos três Rising Stars: Angola, EUA e Brasil.

Os três Rizing Stars explicam 33.6% do crescimento, com €786m:

-Angola – crescimento forte e sustentado desde 2008 (imunidade à Crise), com baixa de ritmo entre 2012/2013,

-EUA – crescimento segundo o padrão de Angola, mas a manter-se entre 2012/2013,

-Brasil – depois da queda entre 2008/2009, retoma crescimento, mas estabiliza entre 2011/2013.

Gráfico 1 – Receita de Angola, EUA e Brasil
(€milhares)

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Facto 2 – Em 2013 a Receita de Viagens e Turismo do Mercado Emissor de Angola é 5º no TOP 15, depois dos quatros grandes Mercados Emissores do Turismo Português (Alemanha, Espanha, França e Reino Unido)
O Gráfico 2 ilustra a Receita de Viagens e Turismo do TOP 15 dos Mercados Emissores, em 2013. Três Comentários:

-o TOP 15 dos Mercados Emissores em 2013 (€8.280 milhões) representa 89.5% do Total (€9.250milhões),

-depois dos quatro Mercados Importantes que são tradicionalmente mais importantes, os três seguintes (Angola, EUA e Brasil) são algo inesperados,

-estes sete primeiros Mercados Emissores (€6.693milhões) representam 72.4% do Total (€9.250milhões).

Gráfico 2 – Receita de Viagens e Turismo do TOP 15 dos Mercados Emissores
(€milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

Vale a pena analisar a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Angola, Brasil e Estados Unidos, que representam 15,4% do Total da Receita (Gráfico 3). Três comentários:

-o crescimento de Angola a partir de 2008 resulta de acção programada em Portugal ou é fruto de factores exógenos?

-questão similar sobre o crescimentos dos EUA a partir de 2009/2010,

-o crescimento do Brasil parece relacionado com o desenvolvimento das ligações entre Brasil e Portugal pela TAP.

Gráfico 3 – Evolução 2003/2013 de Angola, Brasil e Estados Unidos
(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Opinião – É responsabilidade da Politica de Turismo apoiar o crescimento deste Mercado Emissor com as medidas adequadas
Angola é caso extremo de Mercado Emissor muito importante e cujo desenvolvimento não depende da Promoção Turística habitual. Para realizar o potencial deste Mercado Emissor, a Politica de Turismo deve considerar acções pouco habituais e de que são exemplo

-promover o Shopping em Lisboa e o Turismo Médico, dois campos já com trabalho feito, mas que ganhariam com uma sistematização do Produto e Promoção,

-fazer do Consulado de Portugal em Luanda a primeira grande experiência da visita a Portugal (neste momento, parece ser tudo menos isto), simplificar os Vistos e o controle de chegada no Aeroporto.

*O título do Post é o da notícia do Publituris Online

A Bem da Nação

Albufeira 23 de Março de 2014

Sérgio Palma Brito

Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Temas Para Debate


Este post é o terceiro de uma Série de três (Primeiro, Segundo, Terceiro) que consagramos à análise da Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor:

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Evolução Entre 2003/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Crescimento Entre 2009/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Temas Para Debate.

 

Este post levanta Temas Para Debate segundo duas linhas:

-Orientações Gerais que estruturam as respostas da Politica de Turismo a Questões Concretas sobre como aumentar a Receita de Turismo na Balança de Pagamentos – ver os conceitos em Post.

Este Debate tem de começar com base na informação disponível. Para o qualificar e obtermos melhores resultados, em 2014 deve ser decidida a realização, a partir de 2015, dos dois Inquéritos indispensáveis ao conhecimento das ‘Exportações de Turismo’:

-Inquérito aos Movimentos de Pessoas nas Fronteiras,

-Inquérito aos Gastos Turísticos Internacionais.

A decisão política de os descontinuar, a partir de 2008, foi erro grave cujas consequências o País paga.

 

1.Orientações Gerias

1.1.Temas Prévios

*Méritos e Limitações Deste Bloque e da Investigação Profissional
A repartição da Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor é um tema relevante para a Economia do Turismo, mas tem sido ignorado. Os outros dois posts desta série ilustram

-o mérito do Blogue (algum há de ter) e as suas limitações, quando os textos se situam ao mero nível descritivo – a ausência da palavra ‘análise’ não é um acaso, mas a nossa falha reside na falta de ‘informação do tereno’ e não alta de modelos estatísticos sofisticados,

-a inexplicável ausência e/ou divulgação de estudos profissionais sobre assunto cujo interesse é inegável.

*Receita de Viagens e Turismo e Receita de Turismo na Balança de Pagamentos
Os posts ocupam-se da Receita de Viagens e Turismo, sem ignorar que

-o que conta para a Economia do Turismo é a Receita de Turismo na Balança de Pagamentos (Post),

-ausência e/ou divulgação de estudos profissionais sobre este conceito mais abrangente é ainda mais inexplicável do que a referida antes.

*Indicadores Diferentes e Integrados em Painel Ainda Inexistente
Proveitos do Alojamento Turístico Classificado e Receita de Viagens e Turismo são Indicadores de processos Económicos e Sociais diferentes e que integram o ainda inexistente Painel de Indicadores Sobre a Economia do Turismo. Temos de evitar cometer dois erros:

-aplicar aos Proveitos as conclusões que possamos tirar sobre as Receitas,

-manter a Politica de Turismo tradicional, concentrada apenas nos Proveitos (ou, pior, nas Dormidas) do Alojamento Classificado e ignorar as dinâmicas económicas e sociais que explicam o Valor e Ritmo do Crescimento da Receita de Viagens e Turismo.

*Driver da Contribuição do Turismo Para a Economia
Na Contribuição do Turismo Para a Economia, a Receita de Turismo na Balança de Pagamentos é determinante, porque só esta Receita implica o Investimento e gera a Procura Interna que contribuem, de maneira sustentada, para o PIB e Emprego.

Perante a sequência estrutural ‘Balança de Pagamentos/PIB/Emprego’,  

-o crescimento da Receita de Turismo na Balança de Pagamentos deve passar a ser prioridade da Politica de Turismo e citério condicionante de decisões a tomar.

 
1.2.Intervenção Pública na Economia do Turismo

*Responsability/Accountability da Receita de Turismo na Balança de Pagamentos
Até há poucos anos, a Receita de Viagens e Turismo era apenas utilizada para justificar a importância do Sector, num Posicionamento Light que não resiste a avaliação crítica.

Ainda hoje, o conceito mais largo de Receita de Viagens e Turismo é ignorado, apesar de abranger, entre outros, muito do Investimento Imobiliário na base de Vistos Gold.

A Receita de Turismo na Balança de Pagamentos tem importância fundamental nas Transferências de Recursos do Exterior, um dos factores críticos do Crescimento da Economia Portuguesa.

Defendemos que haja definição de Responsability/Accountability sobre tudo o que tem a ver com a realização do potencial de crescimento da Receita de Viagens e Turismo.

*Politica de Turismo Integrar e Receita de Turismo na Balança de Pagamentos
Defendemos que a Politica de Turismo

-assuma a Responsabilidade e o Prestar Contas do desenvolvimento do potencial da Receita de Turismo na Balança de Pagamentos,

-passe a implementar e a coordenar a implementação de Planos, Programas e Acções que visem este desenvolvimento.

*Arrombar Uma Porta Aberta?
No encadeado do discurso da BTL, surge uma Verdadeira Orientação Estratégica:

-“Eu sou o Secretário de Estado do turismo. Não sou o Secretário de Estado dos hotéis, das agências de viagens ou das empresas de animação turística embora muito os respeite, como penso que sabem.” (Aqui).

Como escrevemos no post sobre o discurso na BTL, não sabemos até onde o Secretário de Estado do Turismo quer ir, nem até onde o deixam ir. Sabemos até onde o País precisa que vá:

-a Politica de Turismo tem de adoptar os conceitos de Turismo, Alojamento Turístico e Turismo Residencial, definidos pelas Instituições Internacionais competentes, de modo a poder facilitar e fomentar a criação de valor pela diversidade da Procura dos Modelos de Negócio na origem da Economia do Turismo (Aqui).

As nossas propostas sobre Turismo na Balança de Pagamentos exigem um verdadeiro Secretário de Estado do Turismo, mas podem já começar a ser o arrombar uma porta aberta.

 
2.Questões Concretas

Para ilustrar o que está em causa, damos três exemplos de intervenções que passam a estar no âmbito da Politica de Turismo. Têm pouco a ver com a Industria da Hotelaria e das Agências de Viagens? Admitamos que até não têm nada a ver. Têm é a ver com Actividades Económicas que promovem a transferência de recursos para o País e que se situam dentro da Economia do Turismo: mobilidade das pessoas e estadia num País ou Região sem aí serem remuneradas. São ligeiramente provocatórias, mas temos de sair do quadrado do conceito redutor de Turismo.

-Mercados Estratégicos e Verbas da Promoção Turística
A definição de Mercados Estratégicos e a afectação de verbas à Promoção Turística tem de ter em conta os quatro Grupos em que se inserem os Mercados Emissores.

-Da Emigração à Diáspora
Em muitos Mercados, com destaque para França, Luxemburgo e Canadá, a Emigração é segmento muito importante e que escapa aos instrumentos habituais da Promoção Turística.

A Residência Secundária Por Conta Própria e o Alojamento Gratuito Por Familiares e Amigos também escapam, mas são dinâmicas a dinamizar.

-Angola
Angola é caso extremo de Mercado Emissor muito importante e cujo desenvolvimento não depende da Promoção Turística habitual.

Para realizar o potencial deste Mercado Emissor, há que considerar acções pouco habituais e de que são exemplo

-promover o Shopping em Lisboa e o Turismo Médico, dois campos já com trabalho feito, mas que ganhariam com uma sistematização do Produto e Promoção,

-fazer do Consulado de Portugal em Luanda a primeira grande experiência da visita a Portugal (neste momento, parece ser tudo menos isto), simplificar os Vistos e o controle  de chegada no Aeroporto.

 

A Bem da Nação

Albufeira 17 de Março de 2014

Sérgio Palma Brito

 

 

Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Crescimento Entre 2009/2013


Este post é o segundo de uma Série de três (Primeiro, Segundo, Terceiro) que consagramos à análise da Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor:

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Evolução Entre 2003/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Crescimento Entre 2009/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Temas Para Debate.

 

Neste segundo post descrevemos dois aspectos do Crescimento da Receita de Viagens e Turismo Entre 2009/2013

-Importância dos Mercados Emissores,

-Detalhe por Grupos de Mercados Emissores.

 

1.Crescimento da Receita de Viagens e Turismo Entre 2009/2013 – Importância dos Mercados Emissores

*Origem do Crescimento da Receita de Viagens e Turismo Por Tipos de Mercados Emissores2009/2013
O Gráfico 1 ilustra a Origem do Crescimento da Receita de Viagens e Turismo entre 2009/2013, segundo cinco tipos de Mercados Emissores de Turismo que identificámos, divisão que explicamos no Terceiro Post.

Gráfico 1 – Crescimento da Receita Por Tipos de Mercado Emissor
(€milhões)



Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat


Comentários:
-os Mercados de Alemanha, Espanha, França e Reino Unido explicam 40.3% (€944milhões) do crescimento da Receita de Viagens e Turismo entre 2009/2013,

-os Mercados de Angola, Brasil e EUA representam 33.6% (€786milhões),

-estes dois grupos representam 73.8% (€1730milhões) do crescimento,

-o conjunto dos onze Mercados (quatro Países Nórdicos) que seguem explica apenas 15.8% (€371milhões).

Esta é parte do alicerce de estratégia para promover o Crescimento da Receita de Viagens e Turismo.

*Mercados Emissores: Valor em 2013 e Crescimento 2009/2013 
O Gráfico 2 ilustra a comparação, por Grupo de Mercados Emissores, entre a parte do Valor em 2013 (€9.250milhões) e a parte do Crescimento entre 2009/2013 (€2.342milhões). Quatro Comentários:

-a diferença entre percentagens do Rising Stars justifica a designação,

-Suspeitos do Costume e Pequenos e Médios Mercados participam mais no Valor em 2013 do que no Crescimento entre 2009/2013,

-Esperanças & Decepções e Outros mantêm a percentagem,

-vale a pena fazer uma análise por País e com recurso a modelo estatístico adequado.

Gráfico 2 – Grupos de Mercados no Valor em 2013 e Crescimento entre 2009/2013)
(milhões)
 
Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

 
2.Crescimento da Receita de Viagens e Turismo Entre 2009/2013 – Detalhe por Grupos de Mercados Emissores

*Suspeitos do Costume
O Gráfico 3 ilustra o crescimento dos quatro Suspeitos do Costume: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido.

Os quatro Suspeitos do Costume explicam 40.3% do crescimento entre 2009/2013, com €944m:

-França – não cai entre 2008/2009; recuperação rápida e sustentada – um caso de sucesso;

-Alemanha – ligeira queda entre 2008/2009; recuperação a mostrar potencial de crescimento – a caminho de outro caso de sucesso?

-Espanha – ligeira queda e ligeira recuperação

-Reino Unido – queda acentuada entre 2008/2009; recuperação que se situa entre a da Espanha e a da Alemanha.

Gráfico 3 – Receita de França, Alemanha, Espanha e Reino Unido
(€milhares)
 
Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Rising Stars
O Gráfico 4 ilustra o crescimento dos três Rising Stars: Angola, EUA e Brasil.

Os três ‘Rizing Stars’ explicam 33.6% do crescimento, com €786m:

-Angola – crescimento forte e sustentado desde 2008 (imunidade à Crise), com baixa de ritmo entre 2012/2013,

-EUA – crescimento segundo o padrão de Angola, mas a manter-se entre 2012/2013,

-Brasil – depois da queda entre 2008/2009, retoma crescimento, mas estabiliza entre 2011/2013.

Gráfico 4 – Receita de Angola, EUA e Brasil
(€milhares)
 Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Pequenos e Médios Mercados
O Gráfico 5 ilustra o crescimento dos oito Pequenos e Médios Mercados: Holanda, Irlanda, Itália, Bélgica, Suíça, Países Nórdicos, Canadá e Luxemburgo.

Os oito Pequenos e Médios Mercados explicam 15.8% do crescimento, com €371m:

-com mais ou menos diferenças e à excepção da Itália, todos os Mercados mostram queda ou abrandamento entre 2008/2009, excepto a Suíça e Luxemburgo (casos de imunidade à Crise),

-parece haver duas Ligas, com Holanda e o conjunto dos quatro Países Nórdicos a destacar-se dos outros Mercados

Gráfico 5 – Receita de Holanda, Irlanda, Itália, Bélgica, Suíça, Países Nórdicos, Canadá e Luxemburgo
(€milhares)

 
Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Esperanças & Decepções
O Gráfico 6 ilustra o crescimento dos Mercados que consideramos de Esperanças & Decepções: Áustria, China, Rússia, India, Japão, Polonia e Venezuela. 

Cada País do Grupo dos Mercados Esperanças & Decepções apresenta valores abaixo de €100m, e o Grupo explica 5.7% do crescimento, com €134m.

Começamos por considerar os novos Mercados:

-destaca-se o crescimento da Federação Russa e o eventual potencial da Polónia,

-o crescimento da China entre 2012/2013 é de 199.3% para atingir €34milhões,

-o mercado da Índia é simbólico.

De entre os Mercados tradicionais,

-Áustria e Venezuela, cada um à sua maneira, são casos à parte, 

-depois de pelo menos trinta anos de esforços, o valor do Japão em 2013 representa 26.1% do de 2003 e, com €15 milhões não tem significado.

Gráfico 6 – Receita de Áustria, China, Rússia, India, Japão, Polonia e Venezuela
(€milhares)


Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

 

A Bem da Nação

Albufeira 17 de Março de 2014

Sérgio Palma Brito

Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Evolução Entre 2003/2013


Consagramos uma Série de três Posts (Primeiro, Segundo, Terceiro) à análise da Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor:

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Evolução Entre 2003/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Crescimento Entre 2009/2013,

-Receita de Viagens e Turismo Por Mercado Emissor – Temas Para Debate.

 

Neste primeiro post descrevemos a Receita de Viagens e Turismo por Mercado Emissor, segundo o Valor em 2013 e a evolução entre 2003/2013.

 

1.Receita de Viagens e Turismo em 2013 – Importância dos Mercados Emissores

*Receita de Viagens e Turismo – TOP 15 dos Mercados Emissores em 2013
O Gráfico 1 ilustra a Receita de Viagens e Turismo do TOP 15 dos Mercados Emissores, em 2013. Três Comentários:

-o TOP 15 dos Mercados Emissores em 2013 (€8.280 milhões) representa 89.5% do Total (€9.250milhões),

-depois dos quatro Mercados Importantes que são tradicionalmente mais importantes, os três seguintes (Angola, EUA e Brasil) são algo inesperados,

-estes sete primeiros Mercados Emissores (€6.693milhões) representam 72.4% do Total(€9.250milhões).

Gráfico 1 – Receita de Viagens e Turismo do TOP 15 dos Mercados Emissores
(€milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Receita de Viagens e Turismo em 2013 Por Grupos de Mercados Emissores
Depois de considerarmos a Evolução entre 2003/2013 e o Crescimento entre 2009/2013 (Segundo), dividimos os Mercados Emissores em cinco Grupos:

-Suspeitos do Costume, Rising Stars, Pequenos e Médios Mercados, Esperanças & Decepções e Outros.

Esta divisão é explicada no Terceiro Post.

O Gráfico 2 ilustra a repartição da Receita de Viagens e Turismo em 2013, por estes Grupos de Mercados Emissores. Em percentagem, a repartição é:

-os quatro Suspeitos do Costume, 57%; os três Rising Stars, 15,4%; os oito Pequenos e Médios Mercados, 19,6%; os sete Esperanças e Decepções, 3,6%; e os Outros, 4,4%. 

Gráfico 2 – Receita de Viagens e Turismo em 2013 Por Grupos de Mercados Emissores
(€milhões)

 
Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

 

2.Receita de Viagens e Turismo por Grupos de Mercados Emissores – Evolução Entre 2009/2013

*Os Quatro Suspeitos do Costume
O Gráfico 3 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada por Visitantes Residentes em Alemanha, Espanha, França e Reino Unido, que representam 57% do Total da Receita. Registamos

-o crescimento consistente dos Mercados de França e Alemanha, a indiciar possibilidade de crescimento futuro,

-a queda significativa do Mercado do Reino Unido entre 2008/2009, seguida de lenta e insuficiente recuperação,

-o crescimento do Mercado Emissor de Espanha até 2008, em linha com o de França, mas seguido de estabilização desde então.

Gráfico 3 – Evolução 2003/2013 de Alemanha, Espanha, França e Reino Unido
(milhões)



Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Os Três Rising Stars
O Gráfico 4 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Angola, Brasil e Estados Unidos, que representam 15,4% do Total da REceita. A performance destes Mercados entre 2009/2013 (Segundo) justifica a designação de Rising Stars. Três comentários:

-o crescimento de Angola a partir de 2008 resulta de acção programada em Portugal ou é fruto de factores exógenos?

-questão similar sobre o crescimentos dos EUA a partir de 2009/2010,

-o crescimento do Brasil parece relacionado com o desenvolvimento das ligações entre Brasil e Portugal pela TAP.

Gráfico 4 – Evolução 2003/2013 de Angola, Brasil e Estados Unidos
(milhões)


Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Pequenos e Médios Mercados
O Gráfico 5 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Bélgica, Holanda, Irlanda, Itália e Suíça. Três comentários:

-o Mercado Emissor da Holanda destaca-se pelo volume e crescimento sustentado apenas perturbado por pequena queda entre 2008/2009,

-com divergências menores, os Mercados de Bélgica, Irlanda e Suíça seguem um mesmo padrão de crescimento,

-apenas o Mercado Emissor de Itália interrompe o Crescimento em 2009 e não o recupera até 2013.

Gráfico 5 – Evolução 2003/2013 de Bélgica, Holanda, Irlanda, Itália e Suíça
milhões)

 
Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

O Gráfico 6 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Dinamarca, Finlândia, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Canadá. Três comentários:

-os Mercados Emissores de Finlândia e Dinamarca têm performance fraca em Valor e Crescimento,

-a Emigração parece ter influência no Crescimento dos dois Mercados Emissores mais importantes em 2013 (Canadá e Luxemburgo),

-a performance do Mercado Emissor da Noruega parece estar ligada ao dinamismo da low cost Norwegian Air Shuttle e ter potencial de crescimento.

Gráfico 6 – Evolução 2003/2013 de Dinamarca, Finlândia, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Canadá
(milhões)

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

*Esperanças & Decepções
O Gráfico 7 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Áustria, China, Polónia e Rússia. Quatro comentários:

-o crescimento do Mercado Emissor da Rússia, a indiciar que, com muito atraso em relação a Destinos concorrentes de Portugal, ainda pode ser importante

-o crescimento do Mercado Emissor da China, ainda para valor muito baixo, mas com perspectiva de crescimento por via do Golden Visa,

-o Mercado Emissor da Áustria com evolução pacata,

-por fim, o Mercado Emissor da Polónia a poder ser um sucesso no futuro, se tivermos engenho e arte.

Gráfico 7 – Evolução 2003/2013 de Áustria, China, Polónia e Rússia
(milhões)
 

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

O Gráfico 8 mostra a Evolução 2003/2013 da Receita de Viagens e Turismo gerada pelos Mercados Emissores de Índia, Japão e Venezuela. Três comentários:

-o Mercado da Índia tem valor simbólico e ausência de crescimento, a questionar a prioridade politica que parece ter,

-a evolução do Mercado da Venezuela, muito ligado à Emigração, apresenta a incerteza da situação política do País,

-a queda do Mercado do Japão exige resposta a pergunta óbvia (Porquê) e leva a interrogar-nos sobre o que terá de ser diferente para que a evolução do Mercado da China não venha a ser similar.

Gráfico 8 – Evolução 2003/2013 de Índia, Japão e Venezuela
(milhões)
 

Fonte: Elaboração própria com base em Banco de Portugal- BPStat

 

A Bem da Nação

Albufeira 17 de Março de 2014

Sérgio Palma Brito

Taxistas do Aeroporto da Portela – Defender tradição mais do que centenária

Associações querem cadastro para taxistas do aeroporto - Portugal - DN



Não compreendemos e ainda menos aceitamos, a proposta das Associações de Taxistas para “regulamentar o acesso ao aeroporto e ao porto de Lisboa de forma a que só ali prestem serviço profissionais que cumpram um código de conduta e tenham um cadastro actualizado”.

Antes de tudo o mais, a constitucionalidade desta cena é duvidosa, mas deixemos este tema para os Constitucionalistas.

Não compreendemos que as Associações alimentem a ilusão de, neste Portugal em que vivemos, alguém conseguir ‘disciplinar’, ‘pôr na ordem’ ou “reduzir a nada’ um lóbi tão forte como o dos Taxistas do Aeroporto de Lisboa.

Não aceitamos que queiram pôr cobro ao que é uma tradição mais do que centenária e parte do património cultural do povo português (com minúsculas). Estamos certos que, se o Governo legislar nesse sentido, a Oposição garantirá a reposição destes direitos adquiridos.


Dito isto, façamos um percurso em homenagem aos pioneiros do lóbi dos Taxistas do Aeroporto de Lisboa da actualidade.


*Depois da Implantação da República
Os problemas são anteriores à República, mas ganham uma dimensão nova com a criação da Repartição de Turismo, em 1911. Há uma instituição pública que assume a responsabilidade pela qualidade do serviço que lhes é prestado.   

Por essa altura, a maioria dos estrangeiros de visita ao Continente continua a utilizar o transporte por barco a vapor e o Porto de Lisboa. Esta concentração de visitantes e
excursionistas conhece alguns problemas.



*”uma fama que não é nada lisonjeira para nós”
No Relatório de Repartição de Turismo de Junho de 1913 podemos ler:

-“Não devemos ocultar que o porto de Lisboa goza, pelo que diz respeito ao serviço dos catraeiros, bagageiros, intérpretes, corretores, chauffers, etc., uma fama que não é nada lisonjeira para nós. Contra estes indivíduos, na sua maioria desconhecedores em absoluto dos deveres que lhes incumbem, tem chovido nesta Repartição contínuas queixas, sabendo nós, de fonte certa, que inúmeros estrangeiros deixam o nosso porto bastante descontentes pelas extorsões de aqui são vítimas. No porto de Lisboa comete-se por parte de muitos desses indivíduos que, no seu próprio interesse, deveriam ser os primeiros a inspirar confiança aos serviços que prestam, toda a sorte de abusos que vão desde a venda da estampilha postal pelo dobro e quádruplo do seu valor, golpe quase sempre despedido contra o pobre emigrante, até a exigência brutal de quantias exorbitantes pelo mais simples serviço prestado ou seja pelo chauffeur ou seja pelo catraeiro, ou por qualquer
outro, com menoscabo das tabelas por que se devem regular ou, quando não as há, ultrapassando os limites do justo e do razoável.” (*).



*Polícia de Turismo
Em 1912, são legalizadas as primeiras Actividades Turísticas do Turismo Português (Guias e Guias Intérpretes) e chega a estar prevista a criação de uma Polícia de Turismo:

-“Para policiar o serviço do cais torna-se indispensável, pelo menos, dez guardas. Esses guardas deverão constituir um corpo especial de polícia, denominada, por exemplo, polícia de turismo, e dele deveriam fazer parte, visto que os há nestas condições, guardas que conheçam línguas estrangeiras. O serviço deste corpo, composto de guardas experimentados e conhecedores do metier, seria o mais
possível proveitoso para o turismo.”.


(*)Relatório dos Serviços da Repartição de Turismo de Junho de 1912 a Junho de 1913, p.15 e 16.


A Bem da Nação

Albufeira 16 de Março de 2014

Sérgio Palma Brito