Portugal no Mercado de Turismo do Reino Unido – Introdução


Este post é o primeiro de uma série de oito (I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII) sobre a Procura pela Oferta de Turismo de Portugal no Mercado Emissor do Reino Unido com base no International Passenger Survey (Aqui). A série de posts encerra com uma Síntese e a edição PDF da versão adaptada de todos os posts, ambas a publicar brevemente.

 

O leitor deve estar informado sobre os Princípios Gerais do Blogue (Princípios).

 

1.Sobre a série de posts

*Objectivos
A presente série de posts tem três objectivos

-o mais importante é dar ideia geral sobre o mercado emissor do Reino Unido e a posição do destino Portugal, e assim facilitar o trabalho de quem queira utilizar os dados do IPS,

-mostrar que a informação do IPS exige análise e divulgação profissionais, por ser importante a governo, administração, iniciativa privada, universidades e opinião pública,

-fazer de IPS e Travel Trends factores inspiracionais para recuperarmos da situação dramática da Informação Estatística do Turismo em Portugal Aqui.

*Âmbito da análise
Dormidas e despesa são indicadores mais relevantes do que deslocações. Na série de posts apenas analisamos as deslocações para facilitar a exposição. Uma vez apreendida a estrutura do IPS, é fácil conjugar deslocações com dormidas e despesa.

A maior parte na nossa observação é sobre os anos entre 1999/2013, porque a informação está disponível online e permite contextualizar a evolução mais pertinente: queda brusca do mercado entre 2008/2009 e recuperação atribulada entre 2009/2013.

Utilizamos informação sobre os anos entre 1980/2013, excepcionalmente entre 1961/2010, e em alguns casos não podemos recuar a 1999.

Observar as deslocações de package holiday é importante para Algarve e Madeira e obriga a recuar aos anos 70, mas tal é tema para Post futuro.

*Percurso sobre os posts
A Introdução ao Mercado Emissor do Reino Unido ocupa dois posts:

-o primeiro ilustra a evolução das Deslocações nos horizontes 1961/2010, 1980/2013 e 1999/2013

-o segundo detalha o modelo de negócio do package holiday.

O posicionamento de Portugal no mercado emissor ocupa quatro posts:

-deslocações para Portugal no total de deslocações do mercado,

-deslocações para Portugal no segmento Europa, holiday, avião,

-no seio destas, as do modelo de negócio de package holiday,

-por fim, um benchmark rudimentar de Portugal em relação a Grécia, Turquia, Egipto, Marrocos e Tunísia.

O último post relaciona dormidas de residentes no reino unido em deslocação a Portugal com alojamento turístico classificado ou não.

 
2.Notas para facilitar a leitura dos posts

*International Passenger Survey, business ontelligence e market research
O Office of National Statistics elabora International Passenger Survey desde 1961. Os resultados 1999/2013 estão acesíveis Aqui. Em 2010, é publicada a resenha Celebrating 50 years of the International Passenger Survey’.

Como explicámos em Post anterior, os indicadores do IPS permitem macro análise do mercado, importante em si e como base para duas acções da iniciativa privada: market research, a nível do mercado, e business intelligence, a nível dos operadores do mercado.

*Terminologia e tradução
O IPS chama ‘visit’ ao que as International Recommendations for Tourism Statistics chamam ‘trip’, sendo que “A trip is made up of visits to different places” (1). É uma introdução à falta de consensualização da terminologia.

O INE traduz ‘trip’ por deslocação. Uma deslocação tem um motivo principal e deslocações são quantificadas segundo quatro motivos: holiday, business, visiting friends or relatives e miscellaneous. Não seguimos o INE, utilizamos holiday e não ‘lazer, recreio ou férias’, business e não ‘profissionais ou negócios’. No caso de VFA (visitas a familiares e amigos) por coerência, utilizamos VFR (de ‘visiting friends or relatives’).

Quando o IPS quantifica as deslocações por motivo de holiday, acrescenta sempre ‘of wich IT’, de inclusive tour que traduzimos por ‘das quais em package’.

Utilizamos também ‘k’ em alternativa a ‘milhares de’ – afinal kilo é mil.

A nossa análise é limitada às deslocações por motivo de holiday.

Na ocorrência, lidamos com o turismo emissor do Reino Unido e turismo receptor em Portugal. O que é ‘spending’ no IPS é ‘receita de viagens e turismo na balança de pagamentos de Portugal.

*Deslocações por holiday: de tour urbano e cultural e de estadia
As deslocações turísticas podem ser por motivo de holiday, business e visiting friends or relatives.

As deslocações por holiday incluem as de tour urbano e cultural (Lisboa, por exemplo) e as de estadia na praia (Algarve, por exemplo), montanha, campo ou termas.

As deslocações de estadia assentam em dois modelos de negócio: package holiday (ou simplesmente package) e independent travel (2) com recurso ou não a agências de viagens.

As deslocações são situacionais, a mesma pessoa experimenta deslocações diferentes ao longo do ano.

Dadas as nossas limitações e as da edição pelo Blogger, o esquema seguinte procura facilitar a memorização desta classificação:

0.Deslocações Turísticas por motivo e nas de Lazer/Férias por tipo

0.1.Motivo Lazer/Férias

0.1.1.Tour urbano e cultural

0.1.2.Estadia

0.1.2.1.Independet Travel

0.1.2.2.Package Holiday

02.Motivo Negócio/Profissional

0.3.Motivo Visita a Familiares e Amigos

*Dois posts interligados
Dois posts completam a informação para interpretar boa parte das estatísticas que apresentamos:

-Modelo de Negócio de Package Holiday (Notas),

-Transformação Estrutural do Mercado Europeu da Viagem de Lazer e Transporte em Avião (Notas).

 

A Bem da Nação

Lisboa 10 de Novembro de 2014

Sérgio Palma Brito

 

Notas

(1)Ver em International Recommendations for Tourism Statistics (Aqui), see para. 2.33.

(2)Nesta série de posts utilizamos independent travel no sentido mais restrito de alternativa ao package holiday na deslocação de estadia. Hoje, independent travel é utilizado com significado alargado a toda a deslocação de holiday, seja esta de estadia ou de tour. Lamentamos a confusão criada.

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